A história é simples: assustado, um casal parisiense busca compreender estranhas fitas de vídeo, recebidas sem remetente, que mostram o exterior de sua casa em variados horários, junto de estranhos desenhos infantis.
Mas, apesar do enredo simples, desde o começo do filme vemos questões aprofundadas sabiamente, como, os imigrantes em países de primeiro mundo, o valor da imagem no século vinte e um e o grande problema da vulnerabilidade nas grandes cidades.
O reconhecimento internacional veio em larga escala, foram muitos os prêmios conquistados em reconhecidas cerimônias cinematográficas, como por exemplo, o festival de Cannes, em que o filme conquistou cinco das mais importantes categorias, além de ser eleito como o melhor da década, em uma lista de cem filmes, pelo aclamado jornal inglês Times.
Na mesma lista encontramos em octogésimo quinto, outro Haneke, e o meu favorito na década, do diretor (ressaltando que discordo em grande parte do Times), o qual espero falar em outra quinta: A professora de piano, com Isabelle Huppert, que esteve recentemente divulgando uma peça em Porto Alegre.
A lista pode ser conferida aqui.
Ficha Técnica
Título original: Caché
Gênero: Drama Duração: 01 h 57 min
Ano de lançamento: 2005
Estúdio: Les Films du Losange / Bavaria Film / Canal+ / Wega Film / BIM Distribuzione / France 3 Cinéma / arte France Cinéma / Eurimages / Studio Canal / Centre National de la Cinématographie / ORF Film/Fernseh-Abkommen / Filmfonds Wien / &Oum
Distribuidora: Sony Pictures Classics / California Filmes
Direção: Michael Haneke
Roteiro: Michael Haneke
Produção: Veit Heiduschka
Fotografia: Christian Berger
Figurino: Lisy Christl
Edição: Michael Hudecek e Nadine Muse
Esse filme me deu muito medo e eu não gostei :)
ResponderExcluirNão achasse nada válido? Achei muito bem feita a relação dos imigrantes argelinos na França, entre outras coisas. Curto muito o Haneke, se tu não viu, recomendo o A professora de piano. :)
ResponderExcluircontinuo achando "onde os fracos não têm vez" o melhor da década
ResponderExcluirApresentei um trabalho sobre ele na faculdade. Curti bastante, embora não ache nem de longe o melhor da década.
ResponderExcluirDuda, qual seria o teu top 5 da década?
ResponderExcluirEu não posso fazer top nenhum sem ver o "novo" Haneke, A fita branca.
O grande trunfo de Caché é o uso da câmera subjetiva na tentativa de mostrar o olhar e o imaginário na pós-modernidade. O enredo é totalmente soterrado pelo enquadramento na produção de sentido. O que em Eseinstein era feito pela montagem. Vou procurar o filme que recomendaste para ver se é um estilo que nasce ou uma inovação. Lembro que no mestrado tratamos como inovação.
ResponderExcluirBjs
Mila, concordo contigo plenamente, porém, normalmente, acabo não falando sobre isso no texto, pra não o tornar mais monótono do que já possa ser. No caso, comparando os termos técnicos, por assim dizer, que invariavelmente influem no resultado final transmitido, ao próprio resultado. Ressalvo apenas o resultado, como o fiz aqui por meio de questões: dos imigrantes, do valor da imagem, da vulnerabilidade. Mas concordo plenamente, teu comentário foi direto, ótimo e importante, principalmente aos mais interessados.
ResponderExcluirQuanto ao Eisenstein, em termos de produção, podemos os comparar sim, claro, pena que ele (Eisenstein), esteja envolto em todo um véu de caráter político.
Os comentários tão cada vez melhores. :)