segunda-feira, 9 de agosto de 2010

"Meu Malvado Favorito" é uma bela kibada da Pixar




Num tranquilo e feliz bairro de subúrbio, onde as casas têm cercas com arranjos de flores, há uma única casa sombria e cujo jardim está morto. Os vizinhos não têm conhecimento disso, mas ali se encontra o esconderijo secreto de um vilão assustador chamado Gru, que planeja o maior golpe do mundo: ele vai roubar a Lua. Gru acredita que pode vencer qualquer um que cruzar o seu caminho. Isso até o dia em que conhece as garotinhas órfãs Margo, Edith e Agnes. Elas são as únicas que conseguem ver naquele homem o que ninguém jamais viu: um pai em potencial.


Filha de Chris Meledandri, ex-presidente da 20th Century Fox Animation, a Illumination Entertainment se mostra um pouco cara-de-pau neste seu primeiro trabalho. É bem verdade que, em uma estréia, é sempre tarefa complicada ser criativo e não beber na fonte de ninguém, mas a nova produtora de animações se mostrou com muita sede em “Meu Malvado Favorito”. A história de buscar a lua, o carisma de crianças, o personagem malvado que se torna bonzinho, mas é traído e precisa se retificar, tudo isso a Pixar já fez. E fez muito bem, por isso está no topo há muito tempo. E tudo isso está presente em “Meu Malvado Favorito”. Eu não diria que isso mostra certa incompetência da Illumination, como andam dizendo por aí. Acredito que houve certo conservadorismo da produtora, optando pelo que já é fato que dá certo no ramo das animações ao invés de arriscar em algo novo. Vocês fariam diferente em um mercado que está mais para campo de batalha entre a Pixar e a DreamWorks?
Independente se a história e toda a sua composição não são criativas, o fato é que funcionam. O olhar da menina mais nova, os bichinhos amarelos, tudo se mostra carismático por um simples motivo: É uma receita bem executada. O roteiro é redondinho e certamente irá agradar tanto crianças quanto pais e jovens que, por ventura, estejam de férias e resolvam gastar um tempo no cinema.


É difícil falar dos aspectos técnicos de um filme 3-D quando se mora em Pelotas, mas, como já aconteceu outras vezes, fiz o bom uso de meus informantes. Fui avisado que o 3-D usa bem a questão da profundidade e que a cena da montanha russa coloca o espectador no meio da ação sem precisar jogar coisas na cara. Sobre a cena pós-créditos, onde bichinhos amarelos chamados Mions voltam para brincar com a terceira dimensão, confesso que fiquei irritado com o fato de o cinema da minha cidade não ter essa tecnologia e saí antes do letreiro. Sobre a dublagem brazuca em cabeçada por Leandro Hassun, confesso que não gostei. Não sei se foi problema no som do Cineart, mas em certas cenas não consegui decifrar o que ele falava, devido a uma personificação exagerada da voz.


“Meu Malvado Favorito” é um filme de estréia e, como tal, tem que beber da fonte de outros. A Pixar é uma referência não só de animações como para o Cinema em geral. Não é nenhum crime copiar algo que é genial. Vamos lá Illumination, a gente confia em vocês. Bom começo.

Meu Malvado Favorito

Ficha técnica
Nome Original: Despicable Me
Direção: Pierre Coffin, Chris Renaud
Roteiro: Ken Daurio, Cinco Paul
Elenco: Steve Carell, Jason Segel, Russell Brand, Kristen Wiig, Julie Andrews, Will Arnett, Danny McBride, Jemaine Clement, Miranda Cosgrove, Jack McBrayer, Mindy Kaling, Ken Jeong



Nota: 7,6



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